CBN entrevista candidatos à Presidência da República. O GAC comenta.
[White House Press, 1965, Francis Miller, Life]
Lucas Massimo
A rádio CBN entrevistou os candidatos à presidência José Serra pelo PSDB e Dilma Roussef pelo PT.
Para acessar o áudio com a entrevista do candidato tucano, clique aqui. Já o áudio da candidata petista está aqui. Abaixo seguem algumas considerações sobre a entrevista de Dilma e suas teses “neodesenvolvimentistas”. O comentário sobre a entrevista de Serra está a caminho.
A candidata Dilma foi entrevistada na Rádio CBN na manhã desta segunda-feira (17/05/2010). Além de uma performance muito superior se comparada à de Serra quando acossados pela jornalista Miriam Leitão, que, de resto, “ficou no bolso”, cabe destaque para a omissão da candidata acerca das campanhas sindicais sobre a redução da carga horária de 44 para 40 horas semanais. Na resposta Dilma enfatizou a autonomia relativa do Estado Burguês (pelo que esse não é uma agenda do governo) e as diferenças setoriais que precedem a questão.
A peculiaridade dessa campanha é que ela é uma das poucas demandas que opõe as classes trabalhadoras e as classes patronais como um todo, a despeito das clivagens e contradições internas a cada classe social – qualquer que seja a acepção emprestada a idéia. Resumidamente: os sindicalistas argumentam que é necessário transferir aos trabalhadores os ganhos de produtividade que acompanharam a economia brasileira desde a abertura comercial nos anos 1990, ao passo que os empresários argumentam que essa transferência, num contexto de crise financeira global, pode implicar em prejuízos sobre o investimento global. Em termos de discurso econômico, parece-me claro que a candidatura de Dilma, a despeito do PT, vem com muito mais temperança do que a candidatura de José Serra.
Lucas Massimo é pesquisador do Grupo de Pesquisas sobre Neoliberalismo e Relações de Classe, e mestrando em Ciência Política pelo IFCH/UNICAMP.
Um comentário:
Pelo jeito a polarização PT x PSDB será inevitável. Visto os comentários da candidata Dilma e da candidata Marina Silva, pós-entrevista Serra.
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