Sindicato dos metalúrgicos do ABC 50
[Pedro Martinelli, 1º Maio, 1971.
São Paulo. Col. Pirelli/MASP]
No último dia 12 de maio o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC completou 50 anos. A Folha de S. Paulo lançou um especial impresso para lembrar a data. Além disso, pouco se falou a respeito, expressão do mais acabado descaso que a imprensa tem com esta importante instituição da política brasileira.
Sim, porque defende direitos sociais para a classe trabalhadora, deixou sua marca na luta contra a ditadura militar e batalha pelo fortalecimento da cidadania no país. Está distante de alcançar muitos desafios que lhe são diretos (como a mudança da legislação e estrutura sindical do país), mas não pode ser esquecido quando comemoramos a consolidação da democracia no Brasil.
Do ponto de vista da concepção de democracia social, uma visão mais pragmática e voltada para benefícios sociais coletivos básicos, possivelmente lutou sem parceiros por políticas de bem estar social. Do ponto de vista estritamente político, ajudou a consolidar um tipo de organização de massa sem paralelo no país, ajudando (e se confundindo) com a criação do PT. Gostemos ou não do que o partido se transformou (e de certos líderes sindicais que nos decepcionaram), o fato é que o sindicato do ABC entrou na luta pela redemocratização de forma avassaladora, passando à linha de frente de um movimento que estava ainda restrito à participação político-parlamentar e ao voto, levando o movimento às ruas.
Apenas por isto (sem contar as suas lutas mais corporativas), este dia merecia uma lembrança menos tópica.
Por outro lado, o cinema nacional produziu muitos documentários interessantes que dão a devida importância a esta história.
"Peões", de Eduardo Coutinho, de 2002.
"Greve!", de João Batista de Andrade, gravado em 1979 durante a greve no ABC daquele ano.
"ABC da Greve", de Leon Hirszman, iniciado em 1979 pelo diretor e concluído em 1990 pela Cinemateca Brasileira.
Todos esses links levam à sites para downloads. Há outros, como "Linha de Montagem" (1983), de Renato Tapajós, "Braços Cruzados, Máquinas Paradas" (1978), de Roberto Gervitz e Sergio Toledo, e outros que tocam no assunto indiretamente, mas daí a lista é enorme.
Um comentário:
Ficou bom o post Domingos, é isso mesmo. A imprensa patronal nunca vai reconhecer a importância desses caras, se não faz, os indenpendetes fazem.
Abraços.
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