quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Desempenho acadêmico de cotistas

[Photo used on TIME cover.
Jack Reznicki, 1989. Life]

O jornal Gazeta do Povo fez uma ampla matéria sobre o desempenho dos alunos cotistas da Universidade Federal do Paraná (edição de 16 de fevereiro de 2009).

Os dados preliminares da universidade convergem com os de outras instituições de ensino superior que adotaram as cotas: o rendimento dos estudantes que ingressam pelas cotas não é inferior ao dos demais ingressantes nas universidades (e, não raro, é superior). Aqui uma matéria similar sobre várias universidades brasileiras.

Não obstante os dados serem de origem das universidades que implementaram e têm interesse em defender o mecanismo de seleção, são alguns indícios iniciais que combatem frontalmente o argumento de que as cotas prejudicariam a qualidade das universidades públicas. Na maioria dos casos, os dados estão circunscritos ao ensino e ao desempenho escolar dos alunos, não permitindo avaliações sobre a produção científica e demais atividades acadêmicas. Avaliar a produção científica, participação em projetos externos às universidades, bem como a qualidade profissional ainda demandará tempo para que os padrões se cristalizem, além de estudos externos às instituições patrocinadoras da medida.

Por enquanto, pelo menos, o ensino (que atrai a maior atenção da sociedade) não sofreu perda de qualidade em função das cotas, dos cotistas, dos jovens que não estudaram em grandes colégios e não possuíram a melhor formação. Se confirmados, estes dados colocam em xeque a afirmação da diminuição da qualidade e ainda lançam mais e poderosos contra-argumentos sobre a noção de mérito corrente na classe média.

Um comentário:

Adriano Codato disse...

É isso aí, Luiz.
Contra fatos, os argumentos ficam mais frágeis.