domingo, 5 de agosto de 2007

[Opinião] Taxa de Aprovação de Lula

Foi publicada hoje (05/08/07) na Folha de São Paulo, matéria entitulada "Lula mantém aprovação após caos aéreo e acidente da TAM", de lavra de Fernando Canzian (disponível somente para assinantes). A matéria traz alguns dados que nos ajudam a pensar o tema do meu último post: a questão das prioridades.
A pesquisa nacional realizada entre os dias 1 e 2 de agosto pelo instituto Datafolha, revela que a popularidade de Lula continua intacta, na casa de 48%. A taxa de ruim/péssimo oscilou entre 14% e 15% (não sendo nem perto dos 17% em outubro do ano passado). Inserindo-se um filtro de acordo com a renda, a popularidade do presidente despencou 7 pontos percentuais entre os que contam com a renda familiar acima de 10 salários minimos e, entre os ganham até 5 salários, ela subiu 2%. Aquele decréscimo nada representa, haja vista que apenas incríveis 7,5% da população brasileira faça parte do primeiro grupo.
São suscitadas algumas explicações que, em tese, dariam conta de explicar o fenômeno: apenas 8% da população brasileira viaja de avião; grande parte dos cidadãos brasileiros são pobres, 59,5% (renda familiar de até 3 salários mínimos - R$ 1.050, 00); a situação macroeconômica continua relativamente estável e o Bolsa Família atende 11,1 milhões de pessoas.
São válidas e necessárias algumas das reivindicações da chamada "elite branca", pois estas reformas têm impacto direto na estabilidade macro e micro econonômica do país, que em última análise sustenta o emprego e a renda das famílias brasileiras. Agora, o que não se pode confundir são as necessidades primeiras ou emergenciais, como educação, saúde, fossa sanitária, água encanada e luz elétrica. Depois podemos pensar nos aeroportos, que beneficiam os colossais 8% da população.

Lucas Castro é graduando em Ciências Sociais pela UFPR, membro do GAC/NUSP.

3 comentários:

André Ziegmann disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Ziegmann disse...
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André Ziegmann disse...

Lula está sendo beneficiado por duas variáveis que fogem um pouco de sua competência. Os primeiros seis meses de mandato, onde o eleitor e a oposição "dão um tempo para o recém eleito" e a economia mundial que está num período espetacular (uma dose de sorte faz bem, ainda mais aos políticos). Contudo creio que o Lula têm duas coisas que os outros presidentes da Nova República não tiveram, primeiro uma ampla, bem sucedida e urgente política social, segundo por sua trajetória uma simpatia sem igual junto aos setores mais humildes, que são a maioria no país (por isso mesmo se os ventos mudarem ele não deve chegar índices tão baixos quanto o emplumado FHC)