[Opinião] Adesão Normativa e Renan Calheiros
O Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, está cada vez mais atolado na areia movediça de denúncias que cercam sua vida financeira. Pagamento de pensão por intermédio de lobbystas, compra de transmissora de rádio por interposta pessoa, patrimônio incompatível com sua renda, só para ficar nas principais.
A opinião pública, formada que é por mídias de inclinação política no mínimo duvidosa, compra sem pestanejar as acusações, sem se perguntar ou pensar nas suas situações do cotidianas.
Agora, saiamos de Brasilia, e venhamos para o palco da vida como ela é: pagamentos por interpostas pessoas, recebimento de montantes de dinheiro duvidosos, fraude e evasão fiscal, declaração de patrinômio incompatível com vencimentos, compra e venda de recibos, venda de vale-transporte, furtos de pequeno valor, suborno de guardas e autoridades de trânsito, descaminho (entrar no país sem pagar o tributo devido) de produtos vindos do estrageiro, crimes contra a Lei de Direitos Autorais, pirataria, declarações de venda de imóveis com fins de fraudar o fisco e fraudes de todos os tipos. Todos nós somos criminosos, então.
A adesão normativa, ou seja, a incorporação das regras e normas jurídicas e até mesmo de regras morais no comportamento dos cidadãos brasileiros é muito baixa, fazendo com que se utilizem do jeitinho para burlar todos os tipos de regras. Para tudo pode ser dado um jeitinho.
Não por isso sou contra a punição quando do cometimento do crime: também sou a favor da repressão. Só penso que se todos os delitos fossem punidos ficaríamos sem prisões. Mas, como sempre, Barrabás livrar-se-á solto.
A opinião pública, formada que é por mídias de inclinação política no mínimo duvidosa, compra sem pestanejar as acusações, sem se perguntar ou pensar nas suas situações do cotidianas.
Agora, saiamos de Brasilia, e venhamos para o palco da vida como ela é: pagamentos por interpostas pessoas, recebimento de montantes de dinheiro duvidosos, fraude e evasão fiscal, declaração de patrinômio incompatível com vencimentos, compra e venda de recibos, venda de vale-transporte, furtos de pequeno valor, suborno de guardas e autoridades de trânsito, descaminho (entrar no país sem pagar o tributo devido) de produtos vindos do estrageiro, crimes contra a Lei de Direitos Autorais, pirataria, declarações de venda de imóveis com fins de fraudar o fisco e fraudes de todos os tipos. Todos nós somos criminosos, então.
A adesão normativa, ou seja, a incorporação das regras e normas jurídicas e até mesmo de regras morais no comportamento dos cidadãos brasileiros é muito baixa, fazendo com que se utilizem do jeitinho para burlar todos os tipos de regras. Para tudo pode ser dado um jeitinho.
Não por isso sou contra a punição quando do cometimento do crime: também sou a favor da repressão. Só penso que se todos os delitos fossem punidos ficaríamos sem prisões. Mas, como sempre, Barrabás livrar-se-á solto.
4 comentários:
Lucas
Muito pertinente o seu post. Permito-me enfatizar que esse debate público focado nos desvios de conduta é ele sim uma alternativa estéril de análise política, e o é porque nada fala sobre as diferentes performances institucionais, nada fala sobre as estratégias de maximização de utilidade dos atores políticos e nada fala sobre os interesses políticos e sociais em disputa na arena decisória.
Eu comentava com Luiz, Julio e André ontem, sobre o show de horrores nos julgamentos no STF: falta pouco para acusarem os políticos de fazerem "política"...
Vocês tão forçando a tinta, oras!
Perdão pelo romantismo, mas esses caras são indefensáveis, assim como os bancos e demais agências envolvidas. Não pela ética na política, mas pelo que isto significa para o governo, para as estratégias políticas dos governos e para a "institucionalidade" de nosso sistema. Se querem usar o argumento do jeitinho brasileiro, tudo bem, mas eu prefiro apontar para a inapetência política dos barões do governo Lula, que não leram o Abranches e o Limongi.
Quando se trata de incompetência política e pragamática, o governo Lula que veio dos movimentos sindicais deveria ter, no mínimo, mais jogo de cintura do que Fernando Henrique. Mas não, não sabem costurar acordos, como formar uma bancada, fecharam por algum tempo o colégio de líderes, enfim, patetada atrás de patetada.
Eu não estava defendendo o Renan ou os mensaleiros: o que quis dizer é que pouco importa (claro, com todas os resguardos a teoria estruturalista) o ocupante do cargo político, ele irá, em maior ou menor grau, se corromper.
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