A execução de Zheng Xiaoyu, membro recentemente defenestrado do primeiro escalão do governo chinês, apresenta uma forma alternativa no encaminhamento dos desvios de conduta requerida aos “homens públicos”. O tema tem ganhado ampla repercussão na agenda pública, e a execução desta última terça-feira (10/07/2007) pode ser compreendida como a resposta dura de um regime forte ao problema da corrupção – do que segue, a democracia brasileira, enquanto um regime liberal, é frouxa no trato com seus desviantes.
O debate da corrupção é peculiar: ele não tem um foco claro e definido, reporta-se aos “políticos” e objetiva-os ao paredão, como o senhor Xiaoyu. Sua dinâmica tem se verificado intimamente ligada à declarações polêmicas ou desastradas de personalidades de primeiro gabarito no aparelho de Estado, além é claro, da ampla cobertura que o assunto ganha na grande mídia – particularmente os editores de opinião e/ou ensaístas.
Em tempos de caça às bruxas, qualquer deslize pode ser fatal. Aos políticos brasileiros não é facultado bater um bituca fora do cinzeiro, atravessar um sinal vermelho, ou referir-se à humanidade como “o homem”. Fraudar o erário então, nem pensar. Com o perdão do recurso à escatologia, fica a questão: Fitaria Lúcia as próprias fezes?
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