Base aliada pede adiamento da reforma política para agosto
Agência Câmara
Os líderes dos partidos da base aliada defenderam nesta quinta-feira o adiamento da discussão da reforma política para o segundo semestre, em razão das divergências em torno da matéria. O anúncio foi feito após encontro do conselho político - que reúne os partidos aliados - no Palácio do Planalto.
Na avaliação do líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), a discussão deve recomeçar do zero, reunindo novas propostas sobre o tema. O parlamentar disse não acreditar que a atual composição do Congresso Nacional seja capaz de aprovar uma reforma política ampla, pois é proveniente do modelo que está sendo discutido. "A força individual do parlamentar prevalece sobre a coletividade do partido. É um modelo carregado de vícios", declarou.
Segundo o líder do PT, os defensores da reforma política queriam que ela fosse uma "mercedes". No final, já estavam admitindo "um fusquinha". "Acabamos com uma bicicleta velha com pneu furado - ou seja, não será possível nenhuma reforma política neste semestre", avaliou.
Votação na próxima semana
Entretanto, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que manterá a votação da reforma política na próxima semana, apesar do anúncio dos líderes da base aliada. Chinaglia alertou que se trata de matéria em tramitação e que os líderes que quiserem encerrá-la devem se pronunciar em plenário. "Primeiro, a reforma política foi pautada [na Câmara] e determinados assuntos passaram a ser debatidos na sociedade. Segundo, nós começamos votando alterações na legislação infra-constitucional. Terceiro, ainda vamos evoluir para discutir mudanças na Constituição. Há propostas que estão tramitando há vários anos e, na minha opinião, a Câmara tem que deliberar", destacou o presidente.
O relator da reforma política, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), ressaltou que já apresentou uma nova emenda aglutinativa global incluindo os pontos remanescentes da proposta e corrigindo os erros regimentais que impediram a votação de ontem. "É uma correção que poderia ter sido feita até em plenário, pedindo a autorização dos deputados, para que suas emendas fossem incluídas na emenda aglutinativa. Preferiram, por um zelo maior, derrubar a emenda aglutinativa. Entretanto, 30 segundos depois, já havíamos apresentado a nova emenda aglutinativa, que agora é a de número 12", explicou Caiado.
Emenda aglutinativa
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), autor da questão de ordem que suspendeu a votação da matéria ontem, declarou que o texto da nova emenda continua com os mesmos problemas. Segundo ele, a emenda aglutinativa apresenta propostas já rejeitadas no projeto original e emendas que não foram destacadas. Faria de Sá afirmou que, se a matéria voltar à pauta, apresentará recurso para suspender a votação novamente.
Dia 05/07/2007 17h09
Reportagem - Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição - Renata Tôrres
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