quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Sucessão no Palácio 29 de Março.

Guatimozin de Oliveira Santos Filho*

E começa novamente a corrida pelo ouro, quer dizer, pela Prefeitura de Curitiba. O atual prefeito e declarado candidato à reeleição Beto Richa, vem colhendo os louros resultantes da sua política de “Faraó do sistema viário”, através dos altos índices de aprovação e baixos índices de rejeição da sua gestão. Na pesquisa espontânea realizada pelo Paraná Pesquisas/Gazeta do povo, o filho do ex-governador José Richa aparece disparado na frente em relação aos demais nomes citados pelos entrevistados na pesquisa espontânea realizada. Porém, tais resultados são muito prematuros e insuficientes para definir, desde já, o panorama do pleito eleitoral que será realizado ano que vem.

Dentre os fatores que podem, e provavelmente virão a chacoalhar este estável cenário, estão: a escolha de quem estará ao lado do atual prefeito, ocupando a posição de Vice, e também a mobilização das forças adversárias, que ainda não definiram a sua estratégia de ação. No primeiro caso, a presença de Gustavo Fruet ao lado de Richa poderá causar ecos não só no cenário político curitibano, mas também paranaense, tanto nos bastidores tucanos como no de muitos outros partidos até então declarados aliados. Já em relação às forças adversárias, podemos destacar a pré-candidatura de Gleisi Hoffmann (PT), que traz, colado à sua imagem, o surpreendente desempenho da eleição passada, na qual teve uma meteórica subida nas pesquisas de opinião e quase veio a desbancar o Senador, até então eleito pela opinião pública com larga diferença, Álvaro Dias. Rubens Bueno (PPS), com seu bom desempenho nas duas eleições anteriores (tanto nas municipais como estaduais) e sua política de “moralização da administração” e Ratinho Júnior (PSC), tendo o pai e também apresentador de TV Carlos Massa como principal cabo eleitoral, prometem também agitar a disputa. Já o PMDB, que tem como principais nomes o do ex-prefeito Rafael Greca e o do atual reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Augusto Moreira, baterá de frente com alguns problemas. Entre eles, o “anonimato” do reitor, o alto índice de rejeição do ex-prefeito e a colagem da imagem do governador à candidatura, que aqui chamaremos de “Efeito Requião”, que da mesma forma que pode trazer muitos votos, pode tirá-los.

*Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná, membro do Núcleo de Pesquisa em Sociologia Política Brasileira.

Um comentário:

Bruno Bolognesi disse...

Guati,

A Gleisi era só a mulher do Paulo Bernardo. O que a campanha não faz....
Sem ciência: muitos candidatos dividem o voto no Alberto Roberto Richa. Titia Gleisi disputa o mesmo eleitorado classe média padrão clube curitibano que o Alberto Roberto.
Vc lembrou bem... se vier o Fruetinho (q deve agora estar preocupado com as caixas pretas que abriram) o trem complica. Inclusive na sucessão de Sir Robert Requião.